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quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Por que o compliance da sua empresa deve ser levado a sério

Deve-se considerar que futuro do varejo é o de se admitir que ele passará pelos mesmos processos pelos quais muitos outros segmentos estão passando.
Desde os tempos em que a convergência digital já assombrava os modelos tradicionais de relacionamento no entorno das marcas que se assiste um processo extremamente rápido de obsolescência dos canais tradicionais.
 
O processo de digitalização é um fato inexorável e não ter as plataformas todas digitalizadas hoje se mostra como algo extremamente preocupante uma vez que tudo passou por este processo. Por que o varejo ficaria de fora, uma vez que o próprio dinheiro está passando pelo mesmo processo?
 
O cenário de transformações é acelerado, desmassificado e desmaterializado. Não obstante tudo isto, o cenário se mostra também muito acelerado no processo de desintermediação, que no caso do varejo é algo com o qual se deve aprender muito e rápido.
 
O que significa desintermediação? Tudo aquilo que se conhece que de alguma maneira faziam interfaces com as coisas que se consomem normalmente. Antes se dependia de um intermediário para conseguir o que se precisava, mas hoje isto não é mais assim e o efeito de cristalização disto é conhecido por todos.
 
A internet não tem só o poder de conectar pessoas, porque isso não acontece de forma aleatória. Ela conecta pessoas com fortes similaridades arquetípicas, o que significa dizer que aquilo que é bom para elas é bom para as redes delas.
 
Há de se lembrar Philip Kotler que diz que cultura é o principal determinante do consumo das pessoas. Quando se considera aquilo que antes era chamado de nicho de mercado, agora há de se considerar algo mais complexo de se determinar. Ou seja, agora o varejo tem que conhecer códigos de cultura.
 
O empoderamento ou o protagonismo do consumidor é algo inexorável também uma vez que o coloca no centro de suas redes, pontuando suas preferências, suas percepções, fazendo recomendações e muito mais, influenciando diretamente públicos no entorno da base de consumo.
 
Um dos riscos que este fato oferece é o mundo da venda e do marketing que somente reconhece os consumidores adquiridos ou, no máximo, os prospects (consumidores potenciais conhecidos), agora deve-se buscar algum relacionamento com a base de relacionamento futuro que são os suspects (consumidores potenciais não conhecidos).
 
Aliado a isto devemos assumir que o processo de aceleração também faz com que produtos e serviços fiquem muito menos importantes do que as experiências de consumidores na visão integral do processo de consumo, antes, durante e depois.
 
Quando se faz uma análise destas vertentes todas, chega-se à conclusão que a base futura de relacionamento, portanto, de consumo, está muito delegada às recomendações que as pessoas fazem a partir do centro de conexão de suas redes, diretamente e são elas que pontuam se uma experiência é digna ou não de ser colocada para suas redes.
 
Isto é um perigo imenso quando se admite que as empresas não têm mais como abrir canais de voz diretamente a estes públicos relacionados, ou seja, em outras palavras, as pessoas se falam diretamente também de forma desintermediada e de forma a trazer valor e significado próprios para cada uma das manchas arquetípicas de que fazem parte e daí ativam o buzz.
 
O processo de digitalização é fatal para aqueles que não se voltam a criar padrões preditivos de analytics dos movimentos de consumo e dos fatores determinantes deles.
 
A internet das coisas (IOT) facilitará muito os atores antes intermediários tanto com as informações que os consumidores deixam como rastro no uso de seus itens de preferência, como também será a possibilidade de capturar dados deste relacionamento.
 
Estes dados serão úteis não só para se ter conhecimento de consumo, mas também sobre como poderão melhorar fluxos de relacionamento e de desenvolvimento de produtos e serviços, baseados na experiência dos consumidores, de forma automática e conectada.
 
Claro que para isto será preciso que as empresas e o varejo se voltem para o processo de captura e tratamento dos dados de relacionamento e os usem ativamente para promover uma ajuda direta no processo de vida dos consumidores. O poder de marca está diretamente ligado a isto também.
 
Por este motivo há de se considerar que, então, não são as empresas ou o varejo que vendem, são as pessoas que escolhem de acordo com as recomendações de suas redes e procedem o processo de conhecimento ativo e de pesquisa acerca dos produtos e serviços, onde preço não é o principal determinante. A experiência de outras pessoas de dentro destas redes é o determinante.
 
Ir a um ponto de venda físico ou estabelecer um ponto de contato com ofertas online dependerão do grau de confiança e de recomendação que as pessoas recebem, bem como daquilo que está à mão delas.
 
Considerando que a mobilidade e a densidade digital são grandes, as pessoas aceleram estes movimentos, que, a partir da conveniência, poderão escolher uma solução por exemplo, one click nos sites de e-commerce, o que não deixa de ser uma experiência também, repetida, quando a noção do risco e do gerenciamento da ansiedade é bem equacionada e percebida.
 
Deve-se considerar que futuro do varejo é o de se admitir que ele passará pelos mesmos processos pelos quais muitos outros segmentos estão passando, na mesma velocidade, com a mesma amplitude e profundidade.
 
Na pauta, temos a desmaterialização acelerada em prol de ambientes web e apps com a desintermediação, pois há outras formas de se buscar informações, ações, experiências e relevâncias que levem ao consumo.
 
Também, o processo de desmonetização uma vez que o dinheiro também passa pelo mesmo processo e tanto as fintechs como as moedas digitais influenciarão este segmento diretamente. O Bitcoin já começa a ser utilizado como meio de pagamento em muitos países.
 
E como não deixar de explicitar talvez o ponto mais nevrálgico desta discussão, que é o vício ou falta de percepção que leva as empresas de uma maneira geral e o varejo a não pensar na experiência em si, fator determinante das recomendações em base.
 
A dúvida que se tem é em que tempo isto acontecerá e como poderão as empresas reagirem aos novos padrões, e que não se deve esperar para que as tecnologias busquem a maturidade, neste processo extremamente acelerado, o poder de resposta deve ser igualmente rápido e profundo, sob o risco de se perder significado e perenidade, contribuição e relevância.
 
Fonte: O negócio do varejo

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