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sexta-feira, 21 de outubro de 2016

Marketing com opinião

Para presidente do Boticário, marcas não devem defender causas só para agradar.
 
Mundo real não é "família Doriana"; há pais separados e casais gays
As empresas têm um compromisso de se posicionar sobre o mundo, e não pode ser só da boca para fora, diz Artur Grymbaum, presidente do Grupo Boticário, em entrevista que faz parte de uma série de conversas do UOL com executivos de destaque no país.
"É muito difícil você querer não se posicionar em alguma coisa que sua marca precise falar. Ou fazer a família Doriana, em que todo mundo está feliz o tempo inteiro."
Ele se refere aos antigos comerciais de margarina, em que as famílias eram sempre retratadas de um jeito padronizado (pai, mãe e filhos alegres e sem crise).
Os comerciais de O Boticário têm inovado, com famílias alternativas. "Temos abordado nas nossas campanhas vários temas que falam desse mundo real. O que é isso hoje? É um Natal com pais separados e tem as crianças no meio. E não precisa ser um tema árido. Pode tratar com carinho, com emoção."
 
Acho que há um papel das marcas, mas tem de ser uma coisa verdadeira. Não dá para sair fazendo qualquer coisa para agradar consumidor.
 

Comercial gay

No Dia dos Namorados de 2015, O Boticário fez um comercial com casais gays. Houve críticas e apoios nas redes sociais. Grynbaum diz que não se arrependeu em nenhum momento.
"Não fizemos nada de errado. Recebi vários relatos de pessoas que me escreveram falando como aquilo foi importante na mudança da vida delas. Então, pra mim atingiu todos os objetivos."
Sempre que pudermos trazer um tema da sociedade moderna para ser discutido e que passe a ser encarado com maior normalidade, nós vamos fazer.
 
Perfume não é supérfluo, é cesta básica de todo mundo
Artur Grynbaum discorda da ideia de que a crise econômica possa afetar mais o setor de cosméticos por serem considerados supérfluos.

"Produtos de perfumaria não são supérfluos, e estão na cesta básica de qualquer um." As pessoas não conseguem trabalhar sem desodorante, batom, xampu, perfume, argumenta.

"O cliente pode até escolher diferentes faixas de preço, mas dificilmente vai deixar de usar", diz Grynbaum.

Para ele, "a crise afeta todos os setores. O ritmo de crescimento arrefeceu um pouco, porém, continuamos crescendo".

Quando o consumidor experimenta um produto de melhor qualidade é muito difícil andar para trás.
 
Fonte: UOL Economia

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